DEBIAN 4.0: facilidade de instalar novos programas baseada numa coleção imbatível de quase 19 mil pacotes |
Distribuição é feita sob medida para servidores e usuários avançados de desktop.
O Debian é conhecido por ser uma distribuição do Linux para quem conhece do riscado. Completíssima, incorpora milhares de aplicativos. Outro ponto de referência do Debian é que ele representa a matriz com base na qual foi construído o Ubuntu, a distribuição do Linux de maior sucesso no desktop. Recentemente, saiu o Debian 4.0, codinome etch, baseado no kernel 2.6 do Linux. INFO analisou o produto e mostra aqui alguns de seus pontos de destaque.
INSTALAÇÃO
A primeira referência é a instalação. O processo é similar ao de boa parte das distribuições atuais, porém apresenta passos que podem criar dúvidas para usuários menos experientes. Mas o Debian não é indicado para esse tipo de usuário. No INFOLAB, instalamos o Debian usando o caminho-padrão, em modo caractere. Seríamos capazes de jurar que o Debian 4.0 não tem instalação gráfi ca. Depois, por acaso, descobrimos na web que ela existe. Mas como não a vimos? Porque é secreta. Quando se insere o DVD de instalação, vem a seguinte mensagem, em inglês: "Pressione F1 para ajuda, ou Enter para inicializar". Quem vai adivinhar que é preciso digitar, bem aí, a senha expertgui para abrir o instalador em modo gráfico?
INTERFACE
Em nossa instalação, o Debian assumiu automaticamente a interface Gnome, a mesma do Ubuntu. Quem conhece essa distribuição sul-africana sente-se em casa ao olhar o Debian pela primeira vez. Mas há diferenças, a começar por um item bem simples: não há um comando de desligar o sistema ao alcance de um clique. Para sair, é preciso acionar o comando Desktop > Desligar. Diferentemente do Ubuntu, que é sucesso no desktop, o Debian tem fôlego para ser usado em máquinas de mesa ou em servidores. Por isso, seu menu Aplicações traz um item Debian, com dezenas de programas. Há casos de mais de um aplicativo para a mesma função. Por exemplo, são dois browsers. Um é o Epiphany, da interface Gnome. O outro é o Iceweasel, bem parecido com o Firefox e também fundamentado no Mozilla. O Ubuntu eliminou essas duplicidades e conquistou a simpatia dos usuários menos técnicos.
SUPERCOLEÇÃO
Num aspecto o Debian é imbatível: ele tem a maior coleção de software livre numa distribuição Linux. O site Debian.org informa que o sistema inclui exatos 18 733 pacotes (programas). Para ter o produto completo, é preciso baixar as imagens ISO de 21 CDs, ou três DVDs (baixamos somente o DVD 1). Para instalar um pacote, é necessário recorrer ao gerenciador Synaptic. Os downloads podem ser feitos em: www.info.abril.com.br/download/2532.shtml.
SERVIDORES
Entre os pacotes incluídos na vasta coleção do Debian, muitos correspondem a aplicações para servidores: para internet, rede local, bancos de dados, linguagens. Basta usar o Synaptic e instalá-los. Nessa hora, é possível que se queira instalar um pacote e o gerenciador peça o CD 13 ou o DVD 3. Para usuários avançados, o Debian parece mais adequado que o Ubuntu. Neste, os pacotes não estão presentes porque se supõe que o usuário comum não vai precisar deles. No Debian, estão todos lá.
DESKTOP
Pelo menos até a versão 6.0, o Ubuntu, assim que instalado, não tocava arquivos MP3. O Debian 4.0 toca. E mais: quem quiser tocar áudio e vídeo nos padrões do Windows Media, os codecs e players estão lá no imenso repositório de aplicativos. Obviamente, é preciso saber identificá-los e instalá-los. Pela oferta de pacotes, é fácil concluir que o Debian representa uma boa opção para o usuário avançado de desktop ou para o gerente de sistemas. Há ainda algumas limitações em suporte a hardware. Quem tem, por exemplo, um monitor widescreen, não consegue ajustar o Debian para esse tipo de tela.